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Biólogo

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quarta-feira, 22 de junho de 2011


Bolha construída por aranha mergulhadora funciona como 'guelra'

DA BBC BRASIL


A teia que aranhas mergulhadoras constroem e enchem de ar para formar uma bolha funciona como uma guelra de peixe, permitindo que os aracnídeos permaneçam embaixo da água por longos períodos de tempo, um estudo revelou.

Stephan Hetz/BBC
Bolha de ar construída por aranha mergulhadora funciona como 'guelra'
Bolha de ar de aranha mergulhadora funciona como 'guelra'

A espécie, conhecida como Argyroneta aquatica, habita pequenos lagos e riachos de pouca correnteza na Europa e Ásia.

Elas passam praticamente toda a vida sob a água, se acasalando, colocando ovos e capturando suas presas em suas bolhas.

Em estudo publicado na revista científica Journal of Experimental Biology, cientistas mediram a quantidade de oxigênio dentro e também na área externa em torno da bolha.

Eles concluíram que a bolha funciona como uma guelra, extraindo oxigênio dissolvido na água e dispersando dióxido de carbono acumulado no interior.

O mecanismo permite que elas subam à superfície apenas uma vez por dia ou menos, em vez de a cada 20 ou 40 minutos, como se pensava anteriormente.

EXPERIMENTO

As teias de seda da aranha mergulhadora são construídas em meio à vegetação subaquática.

Para encher sua "cápsula de mergulho" com ar, as aranhas usam pêlos finos presentes em seu abdômen para transportar bolhas de ar da superfície para baixo.

Para compreender com que regularidade as criaturas reabastecem suas bolhas, os especialistas em invertebrados Roger Seymour e Stefan Hetz coletaram espécimes encontrados no rio Eider, na Alemanha.

No laboratório, eles criaram um lago artificial simulando as condições encontradas em uma lagoa de água parada e rica em vegetação em um dia quente de verão.

Usando um aparelho chamado optodo, os pesquisadores mediram as diferenças em níveis de oxigênio dentro da bolha e na água em torno dela, identificando uma troca de gases semelhante à que é realizada pelas guelras de animais que respiram embaixo da água.

"Foi necessário usar os minúsculos optodos sensíveis ao oxigênio", disse Seymour. O especialista explicou que esse tipo de instrumento só ficou disponível nos últimos cinco ou dez anos.

"À medida que a aranha consome o oxigênio do ar dentro da cápsula, ela diminui a concentração de oxigênio no interior", explicou.

"O oxigênio pode descer abaixo do nível de oxigênio dissolvido na água. Quando isso acontece, oxigênio da água pode ser direcionado para dentro da bolha", explicou o cientista.

"O dióxido de carbono que a aranha produz não é um problema, porque é facilmente dissolvido na água e nunca se acumula".

NITROGÊNIO

As aranhas mergulhadoras tem, no entanto, de lidar com um problema que não aflige animais que usam guelras para absorver oxigênio da água e eliminar o dióxido de carbono: o que fazer com os outros gases contidos no ar que carregam para o interior da bolha.

"Se você absorve um dos gases de uma mistura de gases no interior de uma bolha, a concentração dos outros gases aumenta", disse Seymour.

"O oxigênio é tirado da bolha, e como o CO2 não se acumula, isso faz com que o nitrogênio na bolha aumente em concentração".

Na medida em que o nitrogênio da bolha se dispersa, a estrutura começa a desmoronar, mas isso acontece lentamente - segundo as observações dos cientistas, o processo demora mais ou menos um dia.

"A aranha é capaz de ficar na cápsula de mergulho em dias muito quentes, quando seu metabolismo é maior? do que o normal, se a água for bem oxigenada", explicou Seymour.

Isso significa que ela não precisa retornar à superfície com frequência, evitando o risco de ser pega por predadores como pássaros.

Os períodos prolongados de mergulho também permitem que as aranhas esperem, sem ser perturbadas, pela passagem de suas presas.


Fonte: Folha de São Paulo Online - Ciência

Extinção da vida marinha pode ser sem precedentes, diz estudo

DA BBC BRASIL


Um novo estudo indica que os ecossistemas marinhos enfrentam perigos ainda maiores do que os estimados até agora pelos cientistas e que correm risco de entrar em uma fase de extinção de espécies sem precedentes na história da humanidade.

O levantamento vem de especialistas que integram o IPSO (sigla em inglês de Programa Internacional sobre o Estado dos Oceanos), entidade formada por cientistas e especialistas no assunto.

IPSO/BBC
Substâncias poluidoras como plásticos, que estão sendo ingerido por peixes, contribuem com degradação
Substâncias poluidoras como plásticos, que estão sendo ingerido por peixes, contribuem com degradação

Eles concluíram que fatores como a pesca excessiva, a poluição e as mudanças climáticas estão agindo em conjunto de uma forma que não havia sido antecipada.

A pesquisa reuniu diferentes disciplinas, incluindo ambientalistas com especialização em recifes de corais, toxicologistas e cientistas especializados em pesca.

"As conclusões são chocantes. Estamos vendo mudanças que estão acontecendo mais rápido do que estávamos esperando e de formas que não esperávamos que fossem acontecer por centenas de anos'', disse o diretor científico do IPSO, Alex Rogers, também professor da Universidade de Oxford.

PLÁSTICO

Entre as mudanças que estão ocorrendo antes do esperado estão o derretimento da camada de gelo no Ártico, na Groenlândia e na Antártida, o aumento do nível dos oceanos e a liberação de metano no leito do mar.

O estudo observou também que existem efeitos em cadeia provocados pela ação de diferentes poluentes. Alguns deles permanecem nos oceanos por estarem presos a pequenas partículas de plástico que foram parar no leito do oceano. Com isso, há um aumento do poluentes que são consumidos por peixes que vivem no fundo do mar.

Partículas de plástico são responsáveis também por transportar algas de um lado para outro, contribuindo para a proliferação de algas tóxicas, o que também é provocado pelo influxo para os oceanos de nutrientes e poluentes provenientes de áreas agrícolas.

O levantamento descreveu ainda como a acidificação do oceano, o aquecimento global e a poluição estão agindo de forma conjunta para aumentar as ameaças aos recifes de corais, tanto que 75% dos corais mundiais correm o risco de sofrer um severo declínio.

CICLOS

A vida na Terra já enfrentou cinco "ciclos de extinção em massa'' causados por eventos como o impacto de asteróides, e muitos cientistas acreditam que o impacto de diferentes ações exercidas pelo homem poderá contribuir para um sexto ciclo.

"Ainda contamos com boa parte da biodiversidade mundial, mas o ritmo atual da extinção é muito mais alto [do que no passado] e o que estamos enfrentando é, certamente, um evento de extinção global significativa'', afirma o professor Rogers.

O relatório observa ainda que eventos anteriores de extinção em massa tiveram ligação com tendências que estão ocorrendo atualmente, como distúrbios no ciclo de carbono, acidificação e baixa concentração de oxigênio na água.

Os níveis de CO2 que estão sendo absorvidos pelos oceanos já são bem mais altos que aqueles registrados durante a grande extinção de espécies marinhas que ocorreu há 55 milhões de anos, afirma a pesquisa.

Entre as medidas que o estudo aconselha sejam tomadas imediatamente está o fim da pesca predatória, especialmente em alto-mar, onde atualmente há pouca regulamentação. Outras medidas envolvem mapear e depois reduzir a quantidade de poluentes --como plásticos, fertilizantes agrícolas e detritos humanos-- e reduzir de forma acentuada os gases do efeito estufa.

As conclusões do relatório serão apresentadas na sede da ONU, em Nova York, nesta semana, durante um encontro de representantes governamentais sobre reformas na maneira de gerenciar os oceanos.


Fonte: Folha de São Paulo online - Ciência